quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Resultados

Embora números demonstrem serem os serviços oferecidos pela Sala de Leitura bem recebidos pelos usuários e funcionários do HU/UFSC, não há como esconder que o melhor dos resultados reside nos sentimentos de alegria, respeito e valorização expressados nos semblantes dos pacientes internados e acompanhantes com a chegada do simpático “Barney”, denominação dada ao carrinho, repleto de livros. A escolha da obra a ser lida, a troca de opiniões sobre determinados autores e títulos, além de toda e qualquer forma de interação e divertimento que esse ato tão simples provoca nas pessoas que se encontram internadas representa algo extremamente gratificante e recompensador. Assim, também é visível a satisfação do público em questão quando, exaustos pela permanência em seus leitos, dirigem-se à Sala de Leitura para ler o jornal do dia, folhear uma simples revista de fofocas, iniciar uma agradável leitura espírita ou, até mesmo, envolver-se em um denso romance policial. Da mesma forma, é nítida a serenidade dos pacientes quando, após um encontro virtual com familiares e amigos, constatam que todos estão bem e sentem muito a sua falta. Diante de todos esses efeitos provocados pela leitura, fica evidente que pacientes, acompanhantes e funcionários carecem de um hospital menos frio e distante. Frieza, essa, demonstrada pela enfermeira em caricatura que, logo na entrada da instituição, solicita o silêncio de todos. Distância que, proporcional ao tempo de permanência em um leito, leva a sensações de medo, angústia, monotonia e ansiedade. Logo, espera-se que todo o desalento provocado pela hospitalização não tenha como remédios tão-somente as paredes e tetos brancos, mas também a arte, expressada principalmente pela leitura que, somada à música, ao teatro ou à dança, pode ser capaz de “arrancar” sorrisos e alegria de faces mergulhadas na incerteza e, principalmente, na tristeza e na amargura. Espera-se mais. Espera-se que a leitura e toda e qualquer forma de arte não seja capaz apenas de arrancar esses sorrisos perdidos nos gélidos quartos. Espera-se que a “viagem”, a alegria e o riso proporcionados pela leitura possam ser, sim, aquele remédio cuja dose dissipará a dor que atormenta e angustia o paciente mergulhado em um sofrimento que, aparentemente, parece não ter fim.

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