terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Humanização

Nos dias atuais, a preocupação com a humanização tem sido uma busca incessante, seja no local de trabalho, nas famílias e/ou nos hospitais. A reflexão sobre a necessidade de humanização nos estabelecimentos de saúde do Brasil se intensificou a partir do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH, 2000). Para Ferreira (1999), humanização é “1. Tornar humano; dar condição humana a; humanar; 2. Tornar benévolo, afável, tratável; humanar. 3. Fazer adquirir hábitos sociais polidos; civilizar”. A humanização, no contexto interdisciplinar, presume um ambiente de cuidado humano, estabelecendo-se em um dever humano e não apenas um dever exclusivo de uma classe profissional. Para Silva (2000), o poder de transformar pelo amor e pela compaixão nunca foi privilégio de pessoas santas ou especiais. A coragem e a compaixão não são dons especiais de nenhuma seleta minoria; são instrumentos de cuidado. Nesse campo, a proposta de humanização do Ministério da Saúde defende a necessidade de desenvolvimento de uma nova cultura de atendimento e/ou cuidado humanizado e que o trabalho em equipe é uma estratégia valiosa para a discussão e aprofundamento da temática, no âmbito da saúde. Diante do exposto, é preciso estar atento para que a humanização não se limite apenas a uma condição de status para a organização, pois, o atendimento humanizado envolve mudança de atitudes e comportamentos, o que exige dos profissionais uma articulação que vai do conhecimento técnico-científico aos aspectos afetivos, permitindo que o coração se manifeste nas relações diárias de trabalho. Assim sendo, para Selli (2003), um hospital humanizado é aquele que em sua estrutura física, tecnológica, humana e administrativa, valoriza e respeita a pessoa humana, seja na condição de paciente ou de trabalhador. O ambiente de cuidado humano pressupõe, dentre outros, um debate reflexivo sobre a vida institucional, acerca das dificuldades frente ao mundo do trabalho e metas a serem alcançadas além, da participação coletiva na tomada de decisões. Assim, é fundamental a comunicação eficaz entre as diversas equipes de trabalho visando, desse modo, a troca social e das experiências significativas de cada um no mundo do trabalho. Para Almeida (apud BACKES; KOERICH; ERDMANN, 2007), "O grande desafio da humanização está em rejuntar/religar as indagações, os saberes e, principalmente, os valores éticos, morais e sociais. Redesenhar um novo horizonte, afastado do debate reducionista voltado para os direitos individuais e mais preocupado com o resgate de conceitos mais abrangentes relacionados à dignidade humana e à desconstrução dos particularismos para a construção da ecologia do conhecimento humanizante". É possível perceber que, para alguns, a humanização está relacionada às convicções religiosas, na qual todos os filhos de Deus merecem ser bem atendidos, com dignidade e respeito. Para muitos, a humanização está relacionada a um ambiente luxuoso, pressupondo que um ambiente agradável contribua no restabelecimento do paciente. Há ainda os que acreditam que humanizar é ter acesso à tecnologia de ponta. Acredita-se que todas as iniciativas são válidas desde que haja sensibilidade de todos os profissionais, além do comprometimento com a dignidade da pessoa humana.

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